LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO para o 4º Domingo do Advento, 18 de dezembro de 2016, Ano A, Cor Litúrgica: Roxa.
"O Sonho de José"
Antigo Testamento: Isaías
7.10-16
Salmo: Salmo 80.1-7,17-19
Epístola: Romanos 1.1-7
Evangelho: Mateus 1.18-25
"JOSÉ, SEU MARIDO, ERA JUSTO. NÃO QUERIA DENUNCIAR MARIA, E PENSAVA EM DEIXÁ-LA, SEM NINGUÉM SABER." (Mateus 1.19)
(*) A nossa preparação para a chegada do Menino Jesus passa pela atuação importantíssima de José. Sempre me emociono com os exemplos (vários!) deixados por esse pilar da fé cristã e pai de Jesus Cristo. José é figura imprescindível para que a família sagrada se estabelecesse. Sem seu apoio, Maria, certamente, seria condenada ao apedrejamento, visto que houve uma gravidez ocorrida fora do casamento. É por meio de situações incompreensíveis e, até mesmo, reprovadas pela sociedade e pela liderança religiosa que Deus realiza seus planos na vida de seus filhos e na história da humanidade. Notemos que José mesmo ficou confuso com tudo que estava acontecendo. O correto, o mais ortodoxo, o mais indicado pela religiosidade vigente era abandonar sua mulher e denunciá-la. Hoje, para nós, posto que temos todas as informações do ocorrido, é fácil ficar tranquilo diante da situação. Contudo, coloque-se no lugar de José e refaça a história toda. Você está noivo de uma menina que tanto ama e está ansioso pelo seu casamento. Eis que antes de se casar (e mesmo de terem qualquer intimidade física) a sua noiva anuncia uma gravidez. Mas ela conta para você que ficou grávida, mas não se relacionou com homem algum. A concepção fora obra divina. Pense. Transporte-se para aquela época e responda (se puder): o que você faria? José, naturalmente, ficou transtornado e, como dizem por aí, "saiu doido no mundo" sem saber o que fazer... nem mesmo o que pensar! Todavia, uma atitude mostrou o grande coração, dado pelo Criador, que José tinha - creio que pode ser até uma marca que fez com que fosse um dos escolhidos por Deus para estar no caminho do Salvador: ele não fez o que a lei religiosa determinava, não denunciou Maria e teve calma, apesar da situação desesperadora... esperou. Isso é fruto da misericórdia, da solidariedade, da falta de pressa em julgar e condenar previamente. Resulta de saber que a lei é necessária, mas ela não pode servir para massacrar nossos irmãos e irmãs, que têm histórias para contar, não somente de fatos, mas de sentimentos. A espera de José rendeu-lhe uma visita do Anjo do Senhor, que lhe atestou que poderia acolher Maria, pois ela carregava um fruto do Espírito Santo, o Salvador de todo o povo, a libertação dos pecados. Jesus, com isso, é o Deus mesmo vivendo como nós e já começando sua história conhecendo nossos problemas: fruto de uma gravidez inesperada, não planejada, fora e antes do casamento. A lição de José é grande para nós. A história, a dedicação, o exemplo e a paciência de José, pessoalmente, traz emoção a meu coração.
Ad Maiorem Dei Gloriam!
Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.
Imagem: "O Sonho de José" (1765-70) , por José Luzán, no Museu de Belas Artes, Zaragoza, Espanha
Comentários
Postar um comentário