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LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO para o 2º Domingo do Advento, 4 de dezembro de 2016, Ano A, Cor Litúrgica: Roxa.


João, o Batista, pregando no deserto (Anton Raphael Mengs - Google Art Project)

Antigo Testamento: Isaías 11.1-10

Salmo: Salmo 72.1-7,18-19

Epístola: Romanos 15.4-13


Evangelho: Mateus 3.1-12


"NÃO PENSEM QUE BASTA DIZER: 'ABRAÃO É NOSSO PAI'. PORQUE EU LHES DIGO: 'ATÉ DESTAS PEDRAS(*) DEUS PODE FAZER NASCER FILHOS DE ABRAÃO'." (Mateus 3.9)

(*) Não adianta nada dizer que é filho de Deus e continuar tendo coração de pedra. Não serve de nada demonstrar que segue regras, que sabe todas as leis e cobrar de todo mundo que as siga de acordo com suas interpretações. Viver como a palha é caminho para a o fogo que não se apaga. É bom salientar para as palavras daquele que prepara o caminho do Senhor. João, o batista, falava no deserto. Vejamos que figura mais significativa: um lugar onde não havia muita gente. Claro, sempre tinha gente que procurava palavras de alento, de esperança, de mudança de uma realidade difícil: a sua própria e a de seu povo. Era opressão causada pelas autoridades, pobreza, doença, fome, falta de equilíbrio emocional decorrente disso tudo e algo mais. João pregava uma mudança dessa realidade advinda do Messias, tão proclamado por profetas e esperado pelo povo. Deus escolheu um povo por meio do qual ele viria. Enviou pessoas especiais para preparar sua gente para recebê-lo. Enquanto a elite religiosa pensava que bastava seguir a letra fria da lei, João advertia que era necessário mudança de vida radical. O Reino do Todo-Amor chama à conversão das relações: a que temos com Deus e a que dispensamos ao nosso próximo. As atitudes concretas a que o batista se refere são relacionadas às nossas formas de tratar com Deus e com os irmãos. Por isso mesmo, aquele que vem, o Messias, o Salvador, resume a lei nisto: amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo. A aproximação dos representantes dos dois partidos religiosos mais numerosos e famosos (saduceus e fariseus) mostra o confronto que Jesus (e até já com João Batista) vai travar em sua missão: contra aqueles que querem se estabelecer pelo confronto político e os que se valem somente da interpretação da letra fria da lei. O batismo do Espírito Santo habilita para a nova vida, já o batismo com fogo traz limpeza, purificação, queima o mal e o joga no lugar daquilo que não presta, no fogo que não se extingue.

Benedictus qui Venit in Nomine Domini!


Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.


Imagem: "João, o Batista, pregando no deserto" (Anton Raphael Mengs - Google Art Project)

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