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LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO PARA O 5º DOMINGO DA QUARESMA, 2 DE abril DE 2017ANO A, COR LITÚRGICA: ROXA


Ressurreição de Lázaro


Antigo Testamento: Ezequiel 37.1-14

Salmo 130

Epístola: Romanos 8.6-11

Evangelho: João 11.1-45



"JESUS COMEÇOU A CHORAR. ENTÃO OS JUDEUS DISSERAM: 'VEJAM COMO ELE O AMAVA!'." (João 11.35-36)

(*) Jesus encarou a morte de alguém que amava. É curioso que a impressão que dá é que a morte de uma pessoa que fazia parte de seu círculo de amizade mais estreito lhe tenha causado mais angústia do que a iminência da sua própria. Também fazia Jesus sofrer o fato de que estavam condoídas com a morte de Lázaro outras pessoas que ele amava. Era um sofrimento muito grande ver a morte fazer isso tudo. Jesus promete amenizar a angústia que a morte causava. Notemos que a única pessoa que parecia estar para além dessa amargura era o próprio Lázaro. De qualquer forma, Jesus o trouxe à vida e amenizou esse sentimento miserável que tomava conta dele, da família e dos amigos. Era um momento que passou pelo poder de Jesus. Mas e a reflexão sobre a morte? É certo que, mesmo depois dessa ressurreição do corpo, Lázaro teve sua experiência de morte normalmente, como é natural a todos os seres humanos. A reflexão passa pela nossa compreensão da morte, do seu momento e do sofrimento que gira em torno dela. O medo da morte e da angústia que ela traz (visto que ela gera separação e saudade) podem nos congelar as ações e fazer até mesmo esmorecer diante de diversas ameaças. A morte era, é e sempre será uma forma de barganhar com a vontade alheia. Vejamos que assaltantes nos ameaçam de morte para que lhes entreguemos nossos pertences. Médicos nos alertam para deixarmos alguns hábitos, pois doenças podem nos acometer e nos levar à morte. Atitudes são cobradas com ameaças de nos tirar a própria vida ou pessoas covardes utilizam o recurso do suicídio para nos convencerem de algo. Diversos recursos utilizam a morte para passar medo, chantagear e subornar. Jesus mostra seu sentimento pela vida daquele que se foi e pelos que sofrem em torno do féretro. Mas ele quer alertar que não devemos temer a morte. Esse temor não nos deve paralisar a vida nem a entrega à missão de Jesus. Notemos que a morte de Lázaro não desviou o caminho de Jesus, mas seu amor pelo amigo e sua família falou alto, e em muitos momentos ele teve que controlar sua própria emoção. Mostra de que Jesus, sim, era Deus perfeito, mas não deixou de ser homem perfeito, em sentimentos, ações, tentações e palavras. Em seu caminho até a cruz, Jesus confronta a morte, mas com o coração cheio de amor e esperança.

Ó Morte, Onde Está a Tua Vitória? Ó Morte, Onde Está o Teu Aguilhão?



Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.


Imagem: Ressurreição de Lázaro (1889-90), por Vincent van Gogh, no Museu Van Gogh, em Amsterdã.

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