LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO PARA O 3º DOMINGO DA QUARESMA, 19 DE MARÇO DE 2017, ANO A, COR LITÚRGICA: ROXA
Antigo Testamento: Êxodo 17.1-7
Salmo 95
Epístola: Romanos 5.1-11
Evangelho: João 4.5-42
"MUITOS SAMARITANOS DESSA CIDADE ACREDITARAM EM JESUS, POR CAUSA DO TESTEMUNHO QUE A MULHER TINHA DADO. 'ELE ME DISSE TUDO O QUE EU FIZ'." (João 3.17)
(*) O testemunho da Samaritana só foi possível porque Jesus teve uma abertura para dialogar com uma mulher samaritana. Devemos focar a importância dessa conversa nessa figura: uma mulher e, ainda por cima, samaritana. Não era comum (como não é até hoje naquela região) um homem dirigir-se a uma mulher sozinha, ou vice-versa. Também os judeus não se davam a ter um bate-papo com os samaritanos, que eram considerados não somente inferiores, mas impuros. Falar com eles era como sujar-se. É por isso que a mulher estranha quando Jesus lhe dirige a palavra. Sendo assim, O Mestre lhe mostra que Deus está mais focalizado na realidade espiritual das pessoas. As sombras e pó apresentadas pelos seres humanos são, tão somente, resquícios que os outros ou a sociedade ou o rigor puramente religioso cobram e esperam da pessoa. Notemos que muitos vivem da forma exigida, mas estão completamente afastados daquilo que Deus quer no coração. Com essa aproximação, com uma conversa franca, com um interesse verdadeiro na vida daquela mulher, Jesus surpreende com a vontade de conhecer e de mostrar uma realidade mais além do que se cobra e do que se exige daquela mulher samaritana. Ela percebeu que Deus está mais próximo do que se imagina. Ela entendeu que o Messias pode estar ao lado e mostrar um caminho que é possível para chegar ao Deus Todo-Amor. Consequentemente, aquela mulher saiu e levou aos seus iguais a possibilidade de outra vida mais digna, aceita, incluída, modificada, solidária. A conversão atingiu a todos nessa conversa, os discípulos aprenderam com o testemunho de Jesus, a mulher levou esperança e alegria à sua comunidade, o Salvador mostrou que superar os preconceitos é muitíssimo necessário àquele que pretende realizar a missão da construção do Reino de Amor. Mais uma vez, a água está presente para confirmar a mudança, a "metanóia", um passo a mais na esperança de uma nova ordem de relacionamento. Pensemos, pois, neste tempo de tanta proliferação de ódio por categorias, quais são os "samaritanos" que estão sendo apresentados a nós para que os odiemos e excluamos de nossa convivência. Entendamos, com Jesus mesmo, que é importante travarmos diálogo, estarmos próximos, bebermos da mesma água, apresentarmos um Deus possível de ser conhecido por eles e que se deixa conhecer. A corrente de multiplicação do amor não pode parar por discriminação, preconceito, racismo ou quaisquer outras manifestações análogas que nada têm a ver com o amor que Cristo nos ensinou.
Amor Omnia Vincit!
Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.
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Imagem: Jesus e a Samaritana, 1603 (Annibale Carracci) - Museu de História da Arte, Viena.
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