LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO PARA O 16º DOMINGO APÓS PENTECOSTES (25º DO TEMPO COMUM), 24 DE SETEMBRO DE 2017, ANO A, COR LITÚRGICA: VERDE.
Antigo Testamento: Êxodo 16.2-15
Salmo 105.1-6,37-45 ou Jonas 3.10 - 4.11 ou Salmo 145.1-8
Epístola: Filipenses 1.21-30
Evangelho: Mateus 20.1-16
"POR ACASO NÃO TENHO O DIREITO DE FAZER O QUE EU QUERO COM AQUILO QUE ME PERTENCE? OU VOCÊ ESTÁ COM CIÚME(*) PORQUE ESTOU SENDO GENEROSO?" (Mateus 18.19)
(*) O ciúme é um sentimento que atrapalha a vida do ser humano. Ele parece ser intrínseco a todas as criaturas que habitam esta Terra. Se analisarmos com calma as atitudes e as palavras dessa parábola de Jesus, vamos perceber que essa atitude não é muito incomum na sociedade, seja em casa, no trabalho, na escola ou em muitos outros grupos de convivência. Sim, aí se inclui a igreja como organização social e as pessoas cheias de cargos e vaidades. O nosso Salvador fala da distribuição do dom de Deus, de suas bênçãos, da salvação, da graciosidade do Pai de Amor. As promessas dele são e sempre foram para todos. É claro que as estrelinhas na coroa, a quantidade de honra etc. vêm com a necessidade terrena que temos (como seres humanos cheios de vaidades e consequentes ciúmes) de mostrar a nossa maior importância diante das outras pessoas. Quantas vezes você já viu o discurso de que é injusto alguém no seu leito de morte, depois de passar a vida toda em vida cheia de erros, ter aceitado o amor de Cristo e ser anunciado como o mais novo habitante do Reino de Amor? Imagine o sofrimento e arrependimento de alguém que viveu (gastou) sua vida toda sem amar o próximo, oferecendo vingança e ódio, proliferando palavras de inimizade e incitando à revolta? Deve ser desesperador. Mas aquele que viveu toda sua vida sob a orientação do Espírito Santo não deve ter ciúme de quem recebe o mesmo "pagamento" da parte do Todo-Amor, apesar de ter compreendido isso no fim de sua jornada. O presente de conviver na presença de Deus é maior que qualquer pagamento. A dor de olhar para sua vida e não ver a tranquilidade de estar sob o amor de Deus é grande. Voltemos à parábola e coloquemo-nos no lugar daqueles que estavam na praça, sem trabalho. Imagine a tensão por que passaram o dia todo, sem saber se poderiam levar seu sustento à família. Os outros que trabalhavam desde cedo já estavam com suas consciências tranquilas. Um sentimento de paz que é mais valoroso que a simples moeda de prata (pagamento por um dia inteiro de trabalho). A salvação chegou a todos naquele dia, todavia, os que já tinham a tranquilidade para passar a vida acabaram não dando valor a isso e estranharam que outros que conseguiram salvar-se do sofrimento. É como ficar feliz com sua própria vida, mas ao ver a do outro, você não quer melhoria da sua, só acha que o outro não deveria estar tão bem como você. O coração que ama deve agir assim? Certamente não. O ciúme não pode fazer parte dessa nossa caminhada. Devemos cultivar em nós a felicidade por outros conseguirem esse pagamento: a vida eterna ao lado do Pai de Amor. E se você conseguiu uma vida inteira sem se preocupar com isso, ou entendendo o valor disso, renda graças a Deus. Você teve paz e tranquilidade, desde o início da jornada.
Exemplum Dedi Vobis!
Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.
Imagem: Parábola dos trabalhadores na vinha (1637), por Rembrandt, no Museu Hermitage, em São Petersburgo, Rússia.
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