LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO PARA 3º DOMINGO DA PÁSCOA, 30 DE ABRIL DE 2017, ANO A, COR LITÚRGICA: BRANCA
Salmo 116.1-4,12-19 ou 34.1-10 ou 111 ou Isaías 51.1-6
Epístola: 1Pedro 1.17-23
Evangelho: Lucas 24.13-35
"ENTÃO JESUS DISSE A ELES: 'COMO VOCÊS CUSTAM PARA ENTENDER, E COMO DEMORAM PARA ACREDITAR(*) EM TUDO O QUE OS PROFETAS FALARAM!'." (Lucas 24.26)
(**) Mais uma vez o episódio do caminho de Emaús nos ensina a particularidade da pessoa de Jesus Cristo. O texto bíblico sempre nos aponta novos detalhes que ensinam a mensagem do Criador, especialmente pela ação do Espírito Santo, que nos ilumina as Escrituras Sagradas. Notemos que os sentimentos puramente humanos nos deixam cegos para perceber a realidade espiritual. Jesus ao seu lado, falando com você, caminhando consigo, pode não ser detectado porque os sentimentos lhe tiram a capacidade de reconhecê-lo. Decepção, medo, angústia, ansiedade, frustração, pensamentos negativos podem nos afastar da bênção de ter Jesus conosco. Por outro lado, como vimos que a maioria dos discípulos que andavam mais aproximados com Cristo resolveram se esconder com medo, aprendemos que não dá para encontrar a quem vive no meio de mortos. Entendemos, também, que quem sai da condição de morto não quer mais estar entre mortos ou satisfazer a vontade de quem, com medo, lhe espera. Jesus foi fazer o que normalmente fazia. Sendo assim, fica também para nós, hoje, a lição do que fazer para encontrar o Mestre. Jesus vivo continua indo aos lugares que comumente frequentava e encontrava as pessoas que normalmente estavam ao seu lado. Pelo texto do caminho de Emaús, vemos que Jesus andava ao lado das pessoas e gostava de bater papo, especialmente sobre as Escrituras, esclarecendo dúvidas e enfatizando o Reino de Deus. Ele também é reconhecido quando as pessoas partilham juntas o alimento. Por isso a representação da Santa Ceia é tão importante para a igreja. É bem verdade que dividir a comida com os amigos era muito mais do que hoje, um simples pedaço representativo de pão e uma taça pequenina de vinho ou suco de uva. Na verdade, a Mesa do Senhor era uma grande festa de comensais, em que se valorizava não somente encher a pança, mas partilhar o alimento com pessoas em quem se confia, com as quais se gosta de dividir o tempo e as conversas, além de terem a mesma fé, esperança e amor. Sem medo e outros sentimentos que nos afastam de Jesus, seremos levados aos lugares onde ele normalmente está pelo nosso coração fervoroso. Assim, veremos, ouviremos e sentiremos, sem ter dúvida e partilhando com os outros que ele vive.
Bonorum Vita Vacua Est Metu!
Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.
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(*) Na Páscoa, as leituras veterotestamentárias são substituídas pelo livro dos Atos dos Apóstolos.
Imagem: Jantar em Emaús (1618), de Diego Velázquez, no Museu de Arte Metropolitan, em Nova York.
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