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LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO para o 25º Domingo após Pentecostes, 6 de novembro de 2016, Ano C, Cor Litúrgica: Verde.


Jesus pregando no Templo de Jerusalám


Antigo Testamento: Ageu 1.15b - 2.9

Salmo 145.1-5, 17-21 ou Salmo 98 ou Jó 19.23-27a ou Salmo 17.1-9

Epístola: 2Tessalonicenses 2.1-5, 13-17

Evangelho:
 Lucas 20.27-38


"DEUS NÃO É DEUS DE MORTOS, MAS DE VIVOS(*), POIS TODOS VIVEM PARA ELE." (Lucas 20.38)

(*) Os saduceus, além de sua tradicional falta de crença na ressurreição, ainda usam de recurso de linguagem com tentativa de aplicar a tão atual "pegadinha" em Jesus. Colocam a questão da viúva que deve, segundo a lei de Moisés, casar-se com os irmãos de seu marido, para ser resolvida na vida após a ressurreição. Querem resolver uma situação que será administrada pelo próprio Deus (aliás, ele pede que não nos preocupemos com algumas questões quando nos aconselha a não recorrer ao fruto do conhecimento do bem e do mal). Na verdade, o objetivo não é saber sinceramente qual vai ser a situação da viúva no céu, mas deixar Jesus Cristo em maus lençóis com relação ao tema da ressurreição. Quantas vezes nós mesmos, hoje, temos que responder a muitos incrédulos sobre a ressurreição como ficarão nossos órgãos doados? Quantas questões são feitas com relação a pessoas que tiveram seus corpos dilacerados em acidentes? Como explicamos que a ressurreição do corpo se dará no exemplo de Jesus Cristo, com um corpo glorioso e com a decisão do próprio Deus, que vai organizar o seu Reino de Amor? Jesus Cristo não aceita o desafio dos saduceus, visto que seu objetivo não era edificar, mas simplesmente contradizer o Mestre em seus ensinamentos. Dessa forma, ele enfatiza que muita coisa que importa por aqui neste mundo e nesta vida não será mais a tônica da nossa existência. Com isso, os casamentos não farão mais sentido, as preocupações com os corpos físicos não devem ser o nosso parâmetro, visto que sua ressurreição serão verdadeiras, como vivos estão Abraão, Isaque e Jacó, com seus corpos, já que Deus não é de mortos, mas de vivos. É bom que tenhamos sempre isso em mente: Deus nos chama para o comprometimento com a vida, e nossa vida começa aqui, desde agora. Da mesma forma, não podemos entender, mesmo que nossos corpos ressuscitarão - como repetimos que cremos no Credo Apostólico -, que a vida no Reino de Amor será uma cópia desta aqui. Não precisaremos desses contratos terrenos e das cobranças de leis que somente mostram a nossa falta de bom senso e de amor a Deus e ao próximo. No Reino de Deus, com a ressurreição já vivida, teremos uma convivência de amor concreto, sem necessidade de decretos, pois Deus mesmo estará em nosso meio.

Mortui Viventes Docent!


Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.

Imagem: Jesus pregando no Templo de Jerusalém (Fonte: Wikipedia, sem autor indicado).
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No domingo seguinte ao Dia de Todos os Santos (ou se o domingo mesmo cair em 1º de novembro), pode-se utilizar as leituras relativa a esse dia:

Antigo Testamento: Daniel 1.1-3, 15-18

Salmo 149

Epístola: Efésios 1.11-23

Evangelho:
 Lucas 6.20-31

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