LOUVOR É MAIS QUE MÚSICA
Luciano Paes Landim*
É bom enfatizar que louvar é uma coisa, tocar
é outra. Você pode ser o mais perfeito músico do planeta, mas, se não houver
louvor, Deus não aceita suas canções. É verdade que o louvor pode conter
música, mas nem sempre a música contém louvor. Louvor é mais que música. A
música é algo que pode ser usado no louvor, porém, o louvor não é limitado à
música. Isso significa que o músico deve ser um adorador na vida antes de se
colocar frente ao povo de Deus. Louvar a Deus significa reconhecê-lo, agradecê-lo
e exaltá-lo. E isso deve ser feito por meio de uma vida piedosa, santa,
obediente e temente a Deus.
Louvamos a Deus por intermédio da música, mas
também louvamos a Deus por meio da oração, da leitura e da pregação da Palavra,
do jejum, da santificação, da família, da alimentação, do lazer, do trabalho, do
estudo, etc. (1Co 10.31). O louvor a Deus não se limita apenas a cantar. Ele abrange
muito mais. É um estilo de vida fundamentado nas Escrituras, em que o Senhor é
glorificado não somente pelo que cantamos, mas também por ações, atitudes e
comportamentos, ou seja, é servir, amar, doar, vigiar, trabalhar, etc. O
cristão que não é um bom funcionário onde trabalha, não está louvando a Deus. O
cristão que é aluno, porém, não é um bom aluno (comporta-se mal), não está
louvando a Deus. Cristão que gasta o dinheiro compulsivamente não está louvando
a Deus, mas ao dinheiro. Tudo isso é consequência de uma interpretação
deficiente e distorcida que se faz das Escrituras, pela qual muitos criam uma
visão dualista da fé, em que trabalho e faculdade é secular, e igreja é
sagrada. Entretanto, para o cristão, tudo é sagrado. Trabalhar, estudar,
divertir-se, administrar corretamente o dinheiro, exercitar-se, cantar, orar,
pregar, jejuar etc. é sagrado. Nesse contexto dualista de mundo, canta-se muito,
mas louva-se pouco.
Portanto, o louvor por intermédio da música é
reverente e envolve quebrantamento e prostração. Não é uma “adoração
extravagante”, como está em moda em nosso país. A adoração bíblica é em
espírito e em verdade (Jo 4.24). Até mesmo porque a palavra “extravagante”
significa “delirante, aloucada, esdrúxula, esquisita, excêntrica e insensata”.
A adoração e o louvor na Bíblia exprimem “prostração, reverência, temor, amor,
devoção, exclusividade a Deus”. Louvar a Deus é muito mais que cantar apaixonadamente.
É glorificar ao Senhor com uma vida honesta e pura.
Nos laços do Calvário que nos une, Luciano
Paes Landim.
(*) O Rev. Luciano é colaborador de Calendário Litúrgico - Liturgia Reformada e autor de Louvor é mais que música.
(**) Imagem: Marcos Brescovici.
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