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Leituras para o 2º Domingo Pós-Pentecostes 2022 (12ºDTC) - Ano C

 LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO PARA o 2º domingo pós-Pentecostes 2022 (12ºDTC), ANO C - 19 DE JUNHO DE 2022. COR LITÚRGICA: verde



Antigo Testamento: 1Reis 19.1-4(5-7)9-15a

Salmo 42 e 43 ou Salmo 22.19-28 ou Isaías 65.1-9

Epístola: Gálatas 3.23-29

Evangelho: Lucas 8.26-39

"EM OUTRAS PALAVRAS, A LEI FOI NOSSO GUARDIÃO(*) ATÉ A VINDA DE CRISTO; ELA NOS PROTEGEU ATÉ QUE, POR MEIO DA FÉ, PUDÉSSEMOS SER DECLARADOS JUSTOS." (Galátas 3.24)

(*)Na carta aos irmãos da Galácia, Paulo dá uma boa ideia do que representa a lei e a época em que vivíamos longe da graça e da justificação que veio por meio de Jesus Cristo. Éramos como crianças que precisavam de orientações básicas e de um certo tipo de controle bem direto e muito de perto. Por isso, frequentemente, encontramos manifestações e interferências diretas de Deus para que houvesse ajustes na rota de pessoas e do povo. Imagine uma criança que não sabe o que é a eletricidade e suas consequências no nosso corpo se aproximando de uma tomada. Não dá tempo de alguém explicá-la toda essa complexidade e ensiná-la a se comportar em razão disso. Outra característica que atrapalharia esse plano é a maturidade da criança. Todos esses elementos são suficientes para que se diga somente para a criança: "Não coloque o dedo na tomada", e, muitas vezes, seguido de uma ameaça como "senão vai levar um tapinha na mão". É como se Paulo dissesse que nossa imaturidade e falta de conhecimento suficiente nos levassem a um tempo de leis diretas sem muitas explicações, mas com consequências paralelas, não tão condizentes com o resultado da quebra daquela regra, mas com uma tentativa de evitar que o fato fosse consumado.
utilização do texto de Lucas como paralelo para essa parte da carta aos gálatas é significativa porque mostra uma pessoa dominada pela Legião. Não somente o significado de estar possuído por um demônio, mas pelo fato de não dominar sua própria vida. As muitas traduções da Bíblia trazem informações ricas, resultados de pesquisas que avançaram no tempo. Também deve-se levar em conta que a linguagem avança, muda, já que é viva e se adapta à realidade da sociedade e suas práticas. Entretanto, em uma delas (que considero igualmente rica e útil para adaptação da linguagem), houve a tradução da palavra "Legião" como "Multidão". A intenção do tradutor, evidentemente, era de mostrar que o homem estava possuído por muitos demônios, como pode dar a entender a palavra legião. Ocorre que a palavra tinha sentido significativo e que não pode ser anulado nessa passagem. Legião era o nome de uma unidade romana militar, frequentemente utilizada para oprimir o povo judeu e marcantemente amostra do poder do Imperador. O homem dizia que era um louco por resultado da opressão do poder e da impossibilidade de ser ele mesmo, posto que era privado da liberdade.
Jesus, então, era a esperança de se livrar daquela sequência de opressão de lei injusta e que não dava a possibilidade de liberdade com responsabilidade sobre sua própria vida. Voltando à nossa alusão à criança que não podia colocar o dedo na tomada, conseguir essa liberdade em Cristo é como entender que o resultado de colocar o dedo na tomada não será receber uns tapinhas na mão. Conseguir a liberdade é saber que os tapinhas na mão não existirão mais. Conseguir a liberdade é saber que não te deixaram colocar o dedo na tomada sob essa ameaça, porque o choque lhe seria terrível. Conseguir a liberdade é entender todo o processo da eletricidade e, inclusive, saber que haverá momentos em que será necessário mexer na eletricidade, mas com a devida proteção, o conhecimento preciso para resolver problemas ou traçar conexões. Eis aí a maturidade, a liberdade e o entendimento que todos temos a partir de Jesus Cristo, representados no batismo, que nos faz a todos e todas iguais, sem distinção e sem mais o jugo da lei, porque Jesus é o cumprimento da lei.

Lex Posterior Derogat Priori!
(A lei seguinte anula a anterior


LEITURAS DEVOCIONAIS
DOMINGO (19jun)
Salmo matutino: 19; 150
Salmo vespertino: 81; 113
Antigo Testamento: Números 14.26-45
Epístola: Atos 15.1-12
Evangelho: Lucas 12.49-56

SEGUNDA-FEIRA (20jun)
Salmo matutino: 135; 145
Salmo vespertino: 97; 112
Antigo Testamento: Números 16.1-19
Epístola: Romanos 3.21-31
Evangelho: Mateus 19.13-22

TERÇA-FEIRA (21jun)
Salmo matutino: 123; 146
Salmo vespertino: 30; 86
Antigo Testamento: Números 16.20-35
Epístola: Romanos 4.1-12
Evangelho: Mateus 19.23-30

QUARTA-FEIRA (22jun)
Salmo matutino: 15; 147.1-11
Salmo Vespertino: 48; 4
Antigo Testamento: Números 16.36-50
Epístola: Romanos 4.13-25
Evangelho: Mateus 20.1-16

QUINTA-FEIRA (23jun)
Salmo matutino: 36; 147.12-20
Salmo vespertino: 80; 27
Antigo Testamento: Números 17.1-11
Epístola: Romanos 5.1-11
Evangelho: Mateus 20.17-28

SEXTA-FEIRA (24jun)
Salmo matutino: 130; 148
Salmo vespertino: 32; 139
Antigo Testamento: Números 20.1-13
Epístola: Romanos 5.12-21
Evangelho: 
Mateus 20.29-34

SÁBADO (25jun)
Salmo matutino: 56; 149
Salmo vespertino: 118; 111
Antigo Testamento: Números 20.14-29
Epístola: Romanos 6.1-11
Evangelho: Mateus 21.1-11


Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.

Imagem: Encontrada na internet. Sem indicação da autoria.

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A   p e s c a   m a r a v i l h o s a Pesca milagrosa Sinto-me como Teófilo, o excelentíssimo. Assim chamado pelo evangelista Lucas, companheiro de longos caminhos ao lado do apóstolo Paulo, de quem ouviu sobre Jesus e foi designado que servisse a Teófilo fornecendo a ele uma “narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra” (Lucas 1.1b-2). Isso diante do rico privilégio de ser abençoado pelo Espírito Santo, que se utilizou dessa narrativa a que inspirou por meio desses privilegiados que vivenciaram cada um dos testemunhos ali narrados. É com essa sensação que observo, ao mergulhar no texto, o cenário desenvolvido pela narrativa. Segundo Lucas, Jesus havia debandado para os lados de Genesaré, após quase ser lançado do cimo do monte de Nazaré, sua cidade de origem. Jesus agora se encontra entre os pescadores, homens simples que, de forma árdua, tr