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Leituras para o 10º Domingo Pós-Pentecostes 2021 (18ºDTC) - Ano B

 LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO PARA O 10º DOMINGO APÓS PENTECOSTES (18º DTC) - ANO B - 1º de agosto DE 2021, COR LITÚRGICA: VERDE


    
Antigo Testamento: 2Samuel 11.26 - 12.13a

Salmo 51.1-12 ou Êxodo 16.2-4,9-15 ou Salmo 78.23-29

Epístola: Efésios 4.1-16

Evangelho: João 6.24-35


"PORQUE EU CONHEÇO A MINHA CULPA, E O MEU PECADO ESTÁ SEMPRE NA MINHA FRENTE." (Salmo 51.3)

(*)O Salmo 51 mostra um clamor emocionado de alguém que se reconhece pecador diante de Deus, após perceber a infinitude que existe entre a sua natureza e a do Criador. Lembremos que esse salmo tem uma ligação com o salmo anterior, que é como Deus alertando as pessoas que tentam colocar nele a culpa de diversos males que ocorrem no mundo que, na verdade, são resultados da própria maldade humana. No 51, então, o ser humano cai em si e percebe que o pecado é uma condição que ele tem e que não pode ser transferida para Deus. Diante disso, o pecado é uma maneira de ofender a Deus, especialmente quando não se reconhece a culpa e quando não se enxerga a necessidade de confessá-lo diante de Deus e reconhecer sua imensa necessidade de que a correta direção venha dele. O momento da confissão de pecados nas celebrações cristãs é justamente para isso: reconhecer sua condição sine qua non de pecador. Não se trata de você pensar se fez ou tem feito algo errado. O caso é entender que você tem uma natureza pecaminosa e que, a qualquer momento, por causa disso, pode deixar de fazer algo necessário ou fazer algo desastroso que ofenda a Deus e a seu próximo, vilipendiando o mandamento de Jesus de amar a Deus acima de tudo e o seu próximo como ele nos amou. A partir desse arrependimento, desse reconhecimento, desse pedido de perdão, vem a reconciliação com Deus e uma renovação do espírito (v. 12).
O Evangelho de João nos mostra Jesus falando sobre uma condição humana que também precisa ser reconhecida por cada um de nós: sempre buscamos confirmação nas coisas, nas obras, nas maravilhas, nos bens materiais e em nós mesmos. Afinal, como já questionava Meister Eckhart há séculos: você coloca seu coração em Deus ou naquilo que pede e espera? Jesus aponta que é importante que deixemos de lado nossa expectativa por coisas que confirmem sua divindade, sua liderança e seu amor por nós por meio de coisas que perecem. Jesus diz que devemos estar prontos para recebermos o pão que vem do céu, aquele que não se estraga, aquele que dá vida ao mundo. Com isso, o Salvador está dizendo que é necessário estar em consonância com ele e não somente com aquilo que ele oferece como dono de todas as coisas e poderoso acima dos poderes deste mundo. É como alguém que tem um gênio da lâmpada e nada daquele que lhe oferece as coisas lhe interessa. No caso, com Jesus Cristo e o Reino de Deus, é diferente: ele mesmo é o pão que vem do céu, ele mesmo é a maneira pela qual chegamos a Deus, ele é a água que sacia a sede eterna. Buscar a Jesus somente pelo alimento distribuído é uma forma de saciar somente as necessidades terrenas. Isso é necessário? Sem dúvida! Mas Jesus busca aqueles que o compreendem e fazem parte da sua missão para além do que desejam como pessoas, mas porque querem ver o Reino de Deus e entrarem nele, participando de sua construção com o Mestre.
Como é difícil trabalhar nessas duas searas que se complementam e também acabam trazendo problemas uma para a outra. Pessoas precisam de tanta coisa nesta vida: paz, alimento, saúde, cura, amizade, compreensão e tantas necessidades que passam pela vida humana. Evidentemente, muitas pessoas com diversos aspectos frágeis da vida procuram esse Jesus Cristo que oferece liberdade e solução. O problema é que a maioria tem em seus objetivos resolver essas situações e somente isso. O que Jesus oferece é uma nova vida, para além de tudo isso que se apresenta como alívio. Isso também passa pelo pecado que normalmente não reconhecemos: saber, de fato, nossa condição de limites e entender que somente por Jesus Cristo podemos superar quaisquer condições e não as considerar como o centro da nossa vida, ainda que precisemos superá-las para seguir adiante. Por isso, comecemos por atender as necessidades de quem se aproxima de Jesus, mas continuemos a proclamar que é preciso reconhecer sua condição de pecador e sua necessidade de que Jesus Cristo conduza completamente a vida.
 
Refugium Peccatorum!
(Refúgio dos pecadores)


LEITURAS DEVOCIONAIS
DOMINGO (1ºago)
Salmo matutino: 108; 150
Salmo vespertino: 66; 23
Antigo Testamento: 2Samuel 6.12-23
Epístola: Romanos 14.7-12
Evangelho: João 1.43-51

SEGUNDA-FEIRA (2ago)
Salmo matutino: 62; 145
Salmo vespertino: 73; 9
Antigo Testamento: 2Samuel 7.1-17
Epístola: Atos 18.1-11
Evangelho: Marcos 8.11-21

TERÇA-FEIRA (3ago)
Salmo matutino: 12; 146
Salmo vespertino: 36; 7
Antigo Testamento: 2Samuel 7.18-29
Epístola: Atos 18.22-28
Evangelho: Marcos 8.22-33

QUARTA-FEIRA (4ago)
Salmo matutino: 96; 147.1-11
Salmo vespertino: 132; 134
Antigo Testamento: 2Samuel 9.1-13
Epístola: Atos 19.1-10
Evangelho: Marcos 8.34 - 9.1

QUINTA-FEIRA (5ago)
Salmo matutino: 116; 147.12-20
Salmo vespertino: 26; 130
Antigo Testamento: 2Samuel 11.1-27
Epístola: Atos 19.11-20
Evangelho: Marcos 9.2-13

SEXTA-FEIRA (6ago)
Salmo matutino: 84; 148
Salmo vespertino: 25; 40
Antigo Testamento: 2Samuel 12.1-14
Epístola: Atos 19.21-41
Evangelho: Marcos 9.14-29

SÁBADO (7ago)
Salmo matutino: 63; 149
Salmo vespertino: 125; 90
Antigo Testamento: 2Samuel 12.15-31
Epístola: Atos 20.1-16
Evangelho: Marcos 9.30-41

Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.

Imagem: The return of the prodigal son (1661-1669), de Rembrandt van Rijn, no Museu Hermitage, em São Petersburgo.

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A   p e s c a   m a r a v i l h o s a Pesca milagrosa Sinto-me como Teófilo, o excelentíssimo. Assim chamado pelo evangelista Lucas, companheiro de longos caminhos ao lado do apóstolo Paulo, de quem ouviu sobre Jesus e foi designado que servisse a Teófilo fornecendo a ele uma “narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra” (Lucas 1.1b-2). Isso diante do rico privilégio de ser abençoado pelo Espírito Santo, que se utilizou dessa narrativa a que inspirou por meio desses privilegiados que vivenciaram cada um dos testemunhos ali narrados. É com essa sensação que observo, ao mergulhar no texto, o cenário desenvolvido pela narrativa. Segundo Lucas, Jesus havia debandado para os lados de Genesaré, após quase ser lançado do cimo do monte de Nazaré, sua cidade de origem. Jesus agora se encontra entre os pescadores, homens simples que, de forma árdua, tr