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Leituras para o 21º Domingo Pós-Pentecostes 2020 (Ano A) - 30ºDTC

 LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO PARA O 21º DOMINGO APÓS PENTECOSTES (30º DOMINGO DO TEMPO COMUM) - ANO A - 25 DE OUTUBRO DE 2020, COR LITÚRGICA: VERDE




Antigo Testamento: Deuteronômio 34.1-12

Salmo 90.1-6,13-17 ou Salmo 1 ou Levítico 19.1-2,15-18

Epístola: 1Tessalonicenses 2.1-8

Evangelho: Mateus 22.34-46



"TU REDUZES O HOMEM AO PÓ(*), DIZENDO: 'VOLTEM, FILHOS DE ADÃO!'." (Salmo 90.3)

(*)T
emos a orientação de que a grandeza de Deus é totalmente incompreensível para nós. Os dias dos seres humanos são poucos. Mas até mesmo a palavra "pouco" não qualifica suficientemente o que é a nossa existência. Nós criamos a ilusão de que algum feito nosso ficará "para sempre". Talvez essa eternidade seja visível aos nossos olhos efêmeros. Quando muito, um ser humano vive 80 anos ou pouco mais. Ao olhar para a história que está acontecendo ao seu redor, ele tem a ilusão de que aquilo ficará para sempre, ou de que os fatos estarão modificando o mundo significativamente. Entretanto, para quem estuda a história, nota-se que alguns elementos na vida do ser humano ficaram resumidos a 200 ou 300 anos e... passaram!... muitos não são nem lembrados. Mas imagine uma pessoa que tem vida de 60 anos bem no meio desses 300 anos. Certamente, ela pensaria que aquilo era algo para sempre. Mas note que 300 anos na história da humanidade é um fiapo. Um fiapinho. Estamos comparando esses 300 anos ao tempo em que o ser humano pisa esta terra. Todavia, o salmista compara a existência das criaturas ao próprio Deus: "Mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem, que passou, uma vigília dentro da noite" (v.4). Deus pisca e uma geração inteira de homens e mulheres se vai. Volta ao pó. "De manhã ela germina e brota, de tarde a cortam, e ela seca" (v.6). Por fim, o salmista nos convida a nos alegrarmos pela dádiva da vida. É bom que agradeçamos até mesmo pelos dias em que nos sentimos castigados e sofremos desgraças. Quem já não passou por situações em que se viu assolado por problemas e dificuldades, mas, na brevidade do tempo, entendeu que aquilo que considerou castigo ou desgraça, na verdade, era livramento? Você já passou por isso também?
No Evangelho, toda essa preocupação com existência, tempo, leis, obrigações e vaidades cai por terra na afirmação simplificada de Jesus com relação a mandamentos. Mais uma vez, vemo-nos diante dos fariseus que colocavam a lei acima da vida das pessoas entre si e com Deus. Eles perguntavam a Jesus não para aprenderem ou para, de fato, saberem alguma coisa dele, no sentido de entenderem o que ele pensava. Sua intensão única era pegá-lo em contradição para condená-lo e acusá-lo para as autoridades dos judeus. Jesus Cristo não cai nessa e oferece a eles o famoso resumo de todas as leis: amar a Deus com todo o coração, com toda a alma e com todo o entendimento; bem como amar o próximo como a si mesmo. Ele termina com a afirmação que não pode ser descolada dos mandamentos: "Toda a lei e os profetas dependem desses dois mandamentos" (v.40). Dessa forma, somos convidados a entender nossa limitação de existência, como vimos no salmista, compreendendo que não haverá cumprimento de lei nem explicação qualquer de profetas que nos levará a exercer o que Deus quer, se não houver em nós a missão de amar a Deus e o próximo. Com isso, qualquer picuinha de norma ou regimento será utilizada somente para massacrar o ser humano e não para o ajustar à vontade de Deus. Muitas vezes, e é o que Jesus Cristo nos queria fazer entender, bem como aos fariseus naquela época, as normas são utilizadas por autoridades religiosas e sociais para manter controle sobre as pessoas e subjugá-las. Jesus nos pede para sermos submissos a Deus e não somente à letra fria da lei. Somos muito efêmeros para nos apegarmos ao que só nos mata. Deus é maior que tudo isso, e Jesus nos quer próximos a ele.
É importante que essas palavras invadam nosso coração e nos façam compreender que há algo maior que regras e normas: o amor pelo nosso Deus Criador e eterno, bem como nossas relações de paz, amor, misericórdia, solidariedade e partilha com nossos semelhantes. Muitas vezes olhamos para aqueles que nos rodeiam como não semelhantes. Se isso estiver acontecendo com você, busque uma forma de se assemelhar. Busque uma maneira de se fazer próximo. Amar o próximo é algo que só é possível quando o outro é próximo. Se você estiver longe, ou se fizer longe do outro, não haverá próximo. Lembre-se de que, para compreender você não somente superficialmente e não te julgar com letra fria da lei, o próprio Deus se fez próximo de você. Ele veio em Jesus Cristo viver a merma vida que você. Com isso, ele te compreende e sofre contigo. Ele é o primeiro a ser amoroso, misericordioso e solidário. Como Jesus, sejamos, também, próximos e busquemos nos assemelhar daqueles que dividem essa existência tão passageira conosco. Levemos amor às pessoas e a compreensão de que podemos, e devemos, dedicar amor ao nosso Deus, o Pai Todo-Amor.

Pelvis et Umbra Sumus!


LEITURAS DEVOCIONAIS
DOMINGO (25out)
Salmo matutino: 108; 150
Salmo vespertino: 66; 23
Antigo Testamento: Jonas 1.1-17a
Epístola: 1Co 10.15-24
Evangelho: Mateus 18.15-20

SEGUNDA-FEIRA (26out)
Salmo matutino: 62; 145
Salmo vespertino: 73; 9
Antigo Testamento: Jonas 1.17 - 2.10
Epístola: Apocalipse 11.1-14
Evangelho: Lucas 11.14-26

TERÇA-FEIRA (27out)
Salmo matutino: 12; 146
Salmo vespertino: 36; 7
Antigo Testamento: Jonas 3.1 - 4.11
Epístola: Apocalipse 11.14-19
Evangelho: Lucas 11.27-36

QUARTA-FEIRA (28out)
Salmo matutino: 96; 147.1-11
Salmo vespertino: 132; 134
Antigo Testamento: Naum 1.1-14
Epístola: Apocalipse 12.1-6
Evangelho: Lucas 11.37-52

QUINTA-FEIRA (29out)
Salmo matutino: 116; 147.12-20
Salmo vespertino: 26; 130
Antigo Testamento: Naum 1.15 - 2.12
Epístola: Apocalipse 12.7-17
Evangelho: Lucas 11.53 - 12.12

SEXTA-FEIRA (30out)
Salmo matutino: 84; 148
Salmo vespertino: 25; 40
Antigo Testamento: Naum 2.13 - 3.7
Epístola: Apocalipse 13.1-10
Evangelho: Lucas 12.13-31

SÁBADO (31out)
Salmo matutino: 63; 149
Salmo vespertino: 125; 90
Antigo Testamento: Naum 3.8-19
Epístola: Apocalipse 13.11-18
Evangelho: Lucas 12.32-48


Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.


Imagem: Encontrada na internet. Sem indicação de autoria.

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