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Leituras para o 18º Domingo após Pentecostes 2021 (26ºDTC) - Ano B

 LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO PARA O 18º DOMINGO APÓS PENTECOSTES (26º DTC) - ANO B - 26 DE SETEMBRO DE 2021, COR LITÚRGICA: VERDE


 
Antigo Testamento: Ester 7.1-16,9-10; 9.20-22

Salmo 124 ou Números 11.4-6,10-16,24-29 ou Salmo 19.7-14

Epístola: Tiago 5.13-20

Evangelho: Marcos 9.38-50


"SEJA BENDITO SENHOR! ELE NÃO NOS ENTREGOU COMO PRESAS(*) PARA OS DENTES DELES." (Salmo 124.6)

(*)A figura do pastor é contraposta à do lobo. O primeiro cuida das ovelhas, protege-as, conduz para lugares de bom descanso e alimento, etc. Já o lobo procura qualquer ardil para se aproveitarem delas. Inclusive há a figura do lobo em pele de cordeiro: aqueles que parecem fazer parte do rebanho, mas estão lá somente para aproveitarem uma brecha e consumirem o máximo de ovelhas que puderem. Eles, além de investirem contra as ovelhas, ainda buscam momento para atacar o pastor. O pior também é a figura do lobo que se traveste de pastor para se alimentar da carne das ovelhas: tudo que elas produzem servem somente para o seu deleite. Por isso, a imagem trazida pelo Salmo 124 traz um alerta para os cristãos de que o Deus verdadeiro vai agir no sentido de proteger o povo, cuidar do rebanho, alimentar as ovelhas. Sem esse cuidado de Deus, seríamos devorados pelos inimigos e pelas intempéries da natureza. O mais marcante nesse trecho é que Deus jamais agiria no sentido de nos entregas às presas dos devoradores. Deus nos proporciona a alegria de fugir mesmo na rede dos caçadores. Sem alertar para essas palavras dos salmistas, seremos alvos fáceis de lobos em pele de pastor. Esses se aproveitam das ovelhas, em vez de cuidar delas.
No Evangelho de Marcos, encontramos Jesus Cristo mostrando que muito se pode fazer a serviço do povo como ele fez. Ele também alerta que aqueles que agem com amor, com cuidado, com proteção, com oferta de descanso, alimentação, saúde e paz também estão a seu favor e fazendo a vontade do Pai Todo-Amor. Jesus também lembra que é importante estarmos alertas para quem age contrariamente a isso. Isso pode fazer alusão a quem, ao contrário, leva peso, exploração, desvio da liberdade e escassez às ovelhas, portanto, ao próximo, mostrando que a ação do pastor, daquele que cuida das ovelhas, ou de quem lida com o próximo como Jesus fez, deve ser observada dessa forma, não como devoradores, ou seja, os lobos. Nesse mesmo sentido, ele também lembra que é necessário não trazer escândalo às pessoas que vivem na comunidade: uma forma de não deturpar a vivência que se fez em torno do amor. Repare que ele fala isso logo após alguém que expulsava demônios, o que significa oferecer liberdade de ação a uma pessoa, passar por uma situação de tentativa de acusação, ofensa e difamação. Jesus fala de escândalo logo depois e condena, veementemente, aqueles que agem de maneira a trazer escândalo à comunidade. Repare que, no exemplo que trouxe o debate, o acusado de fazer algo errado era aquele que expulsava demônios. Entretanto, conforme Jesus alertou, quem era o agente que trazia o escândalo? De fato, era aquele que oferecia uma acusação injusta. Esse é o que precisa ser cortado e jogado no inferno. Uma imagem forte que Jesus traz, relacionando as pessoas (ou setores da comunidade) a um corpo, conforme é tratada a igreja: o corpo de Cristo.
Uma imagem forte trazida por Jesus que temos a tentação de avaliar superficialmente, entretanto ela nos aponta desafios muito maiores para a igreja e para cada um de nós, cristãos e cristãs. Somos levados, em sua maioria inegável, a avaliar a passagem do Evangelho com as cobranças moralistas e de costumes com que os crentes são relacionados e lembrados em todas as culturas. Isso nos traz uma pobreza de convivência imensa. Primeiro que aquele homem que libertava pessoas, deixando-as livres de seus demônios, sabe-se lá com que "técnica" o fazia, afinal não é mencionada, é acolhido por Jesus. O que importava era o cuidado que ele dava às ovelhas: o mesmo cuidado que Deus dá ao povo, livrando-o do mal e afastando-o do laço do passarinheiro. Da mesma forma, Jesus condena radicalmente aqueles que procuram, tão somente, apontar erros, buscar maneiras de expurgar da comunidade, levar diante de Deus julgamento que aniquila. Fica-nos, com isso, a imagem do Deus que cuida afastando do mal, protegendo e agindo de forma a não nos levar às garras dos que nos querem destruir. Fica para nós um Jesus que olha para as boas obras e não ouve acusações rasteiras e tristes que levam as pessoas a escarafunchar a vida das outras em busca de condenação ao inferno. Aliás, ao inferno Jesus direcionou aqueles que somente apontam e acendem escândalos no meio dos fiéis. Deus nos defenda dos lobos com pele de cordeiro. 
 
Quaerens Quem Devorat!
(Procurando a quem devorar)


LEITURAS DEVOCIONAIS
DOMINGO (26set)
Salmo matutino: 108; 150
Salmo vespertino: 66; 23
Antigo Testamento: 2Reis 17.1-18
Epístola: Atos 9.36-43
Evangelho: Lucas 5.1-11

SEGUNDA-FEIRA (27set)
Salmo matutino: 62; 145
Salmo vespertino: 73; 9
Antigo Testamento: 2Reis 17.24-41
Epístola: 1Coríntios 7.25-31
Evangelho: Mateus 6.25-34

TERÇA-FEIRA (28set)
Salmo matutino: 12; 146
Salmo vespertino: 36; 7
Antigo Testamento: 2Crônicas 29.1-3; 30.1(2-9)10-27
Epístola: 1Coríntios 7.32-40
Evangelho: Mateus 7.1-12

QUARTA-FEIRA (29set)
Salmo matutino: 96; 147.1-11
Salmo vespertino: 132; 134
Antigo Testamento: 2Reis 18.9-25
Epístola: 1Coríntios 8.1-13
Evangelho: Mateus 7.13-21

QUINTA-FEIRA (30set)
Salmo matutino: 116; 147.12-20
Salmo vespertino: 26; 130
Antigo Testamento: 2Reis 18.28-37
Epístola: 1Coríntios 9.1-15
Evangelho: Mateus 7.22-29

SEXTA-FEIRA (1ºout)
Salmo matutino: 84; 148
Salmo vespertino: 25; 40
Antigo Testamento: 2Reis 19.1-20
Epístola: 1Coríntios 9.16-27
Evangelho: Mateus 8.1-17

SÁBADO (2out)
Salmo matutino: 63; 149
Salmo vespertino: 125; 90
Antigo Testamento: 2Reis 19.21-36
Epístola: 1Coríntios 10.1-13
Evangelho: Mateus 8.18-27

Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.

Imagem: Na internet. Sem indicação da autoria.

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A   p e s c a   m a r a v i l h o s a Pesca milagrosa Sinto-me como Teófilo, o excelentíssimo. Assim chamado pelo evangelista Lucas, companheiro de longos caminhos ao lado do apóstolo Paulo, de quem ouviu sobre Jesus e foi designado que servisse a Teófilo fornecendo a ele uma “narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra” (Lucas 1.1b-2). Isso diante do rico privilégio de ser abençoado pelo Espírito Santo, que se utilizou dessa narrativa a que inspirou por meio desses privilegiados que vivenciaram cada um dos testemunhos ali narrados. É com essa sensação que observo, ao mergulhar no texto, o cenário desenvolvido pela narrativa. Segundo Lucas, Jesus havia debandado para os lados de Genesaré, após quase ser lançado do cimo do monte de Nazaré, sua cidade de origem. Jesus agora se encontra entre os pescadores, homens simples que, de forma árdua, tr