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Leituras para o 2º Domingo após Pentecostes (10º DTC) 2021 - Ano B

 LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO PARA O 2º domingo após pentecostes (10º DTC) - ANO B - 6 DE JUNHO DE 2021, COR LITÚRGICA: VERDE



    
Antigo Testamento: 1Samuel 8.4-11,(12-15)16-20;(11.14-15)

Salmo 138 ou Gênesis 3.8-15 ou Salmo 130

Epístola: 2Coríntios 4.13 - 5.1

Evangelho: Marcos 3.20-35


"ANDANDO EU NO MEIO DA ANGÚSTIA, TU ME REVIVIFICARÁS; ESTENDERÁS A TUA MÃO CONTRA A IRA DOS MEUS INIMIGOS, E A TUA DESTRA ME SALVARÁ." (Salmo 138.7)

(*)Nesse salmo, o reconhecimento da grandeza e da bondade de Deus, pelo seu cuidado com o seu servo, é o impulso para o louvor ao Senhor. Percebemos que o salmista oferece seu louvor de todo o coração, diante de outras testemunhas (até de fora desta terra), por reconhecer a fidelidade e o amor de Deus. Fica claro que o servo de Deus também passa por angústias, tristezas, conflitos na vida, e que pode haver no seu caminho fracassos, decepções e abandono. Entretanto, o Senhor está atento para livrar o seu servo dos inimigos. Fica evidente que isso ocorre pelo amor de Deus, que permanece para sempre. O versículo 6 mostra que Deus, do seu trono nas alturas, olha para os humildes. Ele reconhece os arrogantes. Do livro dos salmos, aprendemos que Deus age com amor, essa é a maneira como ele conduz toda a criação. E o conceito de maldade e bondade está em nós: sua ação é pautada pelo seu total conhecimento de si e de todos nós, bem como de toda a criação. Ele faz o que é necessário e cabe a nós confiar nele. Isso é comum a todos que reconhecem a fidelidade e o amor de Deus. Aprendemos, também, que é normal sermos atingidos por adversidades, o que não é normal é reagirmos com ira: afinal, essa é a tática dos inimigos. Além disso, agir com arrogância é uma atitude que não compete ao servo do Senhor. Que o salmista nos deixe claro, límpido e urgente essas lições por meio de sua palavra tão antiga, mas que fala aos nossos corações até hoje.
Em Jesus, encontramos eventos que nos mostram essa confirmação da ação de Deus em favor do seu povo, bem como a afirmação de que os irmãos e irmãs, a família em geral, são aqueles que partilham do amor. É uma comunidade que se reúne em torno daquele que, mesmo longe, oferece seu mais profundo amor e fidelidade aos seus servos. Se há pessoas que se reúnem para se apoiar e ajudar a superar a angústia, a tristeza, a frustração, o fracasso e tantos outros sentimentos que nos deixam verdadeiramente de luto, essas pessoas não podem estar sendo apoiadas por gente cheia do mal. Verdadeiros irmãos não agem para que haja divisão entre eles. Se estão unidos em amor e busca de apoio, então Deus está no meio deles. Uma demonstração radical de Jesus com relação a isso foi o episódio em que o alertaram a respeito da presença de sua mãe e seus irmãos próximo a ele. A reação de Jesus ainda espanta a muitos hoje. E deveria espantar, também, quem ainda defende com unhas e dentes a ideia da família puramente de sangue, a despeito dos ensinamentos do nosso Deus: Jesus Cristo. Ele acrescentou a informação de que a família verdadeira, aquela que partilha amor e fidelidade, é composta pelos que amam a Deus e fazem a sua vontade: que é amar o próximo como Cristo nos amou, não somente o sangue do sangue. Somos, segundo Jesus Cristo, família por sermos "amor do amor". O meu irmão, irmã e mãe são o "amor do meu amor" em Cristo.
Sim. Trata-se de um desafio que chega a nós por meio do Nosso Senhor Jesus Cristo. Precisamos entender que a família de Deus é feita de amor, com amor e para o amor. Nós nos reunimos em torno de um Deus que nos protege pelo seu amor. Ele que, mais do que qualquer tempo, após a experiência de Jesus Cristo, sabe o que nós passamos. Já não pode ser mais "acusado" de estar longe, sem saber o que passamos, posto que nasceu, viveu, sofreu e morreu como nós, ou pior que muitos de nós. Sendo assim, deixou-nos o Espírito Santo, para que tivéssemos constante defesa e consolação. Por outro lado, precisamos controlar e expurgar de nós o ódio que pode tomar conta de nosso ser. Esse expediente, odiar, pertence aos inimigos, não à família que se reúne em torno do amor e do apoio. Assim deve ser a igreja. Devemos detectar nela apoio, amor, compreensão, solidariedade, estímulo, acolhimento e misericórdia. O lugar onde se recebe acusação, ódio, perseguição e incompreensão não é a igreja de Deus. Não é a família em que nos encontramos. Família é amor, ainda mais a família de Deus, em que as pessoas são "amor do nosso amor". Jesus, com isso, não está rechaçando ou diminuindo sua família, nem estragando o conceito de família. Que a sua família de sangue também seja sua família de amor, é o que todos desejamos. Entretanto, ele não somente diz que não se deve prender a isso, mas, mais ainda, amplia o conceito de família, dando outras possibilidades para o verdadeiro amor, que é Deus mesmo entre nós.
 
Et Salvabit Me Dextera Tua!
(E tua destra me salvará)


LEITURAS DEVOCIONAIS
DOMINGO (6jun)
Salmo matutino: 108; 150
Salmo vespertino: 66; 23
Antigo Testamento: Deuteronômio 29.16-29
Epístola: Apocalipse 12.1-12
Evangelho: Mateus 15.29-39

SEGUNDA-FEIRA (7jun)
Salmo matutino: 62; 145
Salmo vespertino: 73; 9
Antigo Testamento: Deuteronômio 30.1-10
Epístola: 2Coríntios 10.1-18
Evangelho: Lucas 18.31-43

TERÇA-FEIRA (8jun)
Salmo matutino: 12; 146
Salmo vespertino: 36; 7
Antigo Testamento: Deuteronômio 30.11-20
Epístola: 2Coríntios 11.1-21a
Evangelho: Lucas 19.1-10

QUARTA-FEIRA (9jun)
Salmo matutino: 96; 147.1-11
Salmo vespertino: 132; 134
Antigo Testamento: Deuteronômio 31.30 - 32.14
Epístola: 2Coríntios 11.21b-33
Evangelho: Lucas 19.11-27

QUINTA-FEIRA (10jun)
Salmo matutino: 116; 147.12-20
Salmo vespertino: 26; 130
Antigo Testamento: Cantares 1.1-3,9-11,15-16a; 2.1-3a
Epístola: 2Coríntios 12.1-10
Evangelho: Lucas 19.28-40

SEXTA-FEIRA (11jun)
Salmo matutino: 84; 148
Salmo vespertino: 25; 40
Antigo Testamento: Cantares 2.8-13; 4.1-4a,5-7,9-11
Epístola: 2Coríntios 12.11-21
Evangelho: Lucas 19.41-48

SÁBADO (12jun)
Salmo matutino: 63; 149
Salmo vespertino: 125; 90
Antigo Testamento: Cantares 5.10-16; 7.1-2(3-5)6-7a(9); 8.6-7
Epístola: 2Coríntios 13.1-14
Evangelho: Lucas 20.1-8


Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.


Imagem: Imagem encontrada em "PNGWING". Sem indicação de autoria.

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A   p e s c a   m a r a v i l h o s a Pesca milagrosa Sinto-me como Teófilo, o excelentíssimo. Assim chamado pelo evangelista Lucas, companheiro de longos caminhos ao lado do apóstolo Paulo, de quem ouviu sobre Jesus e foi designado que servisse a Teófilo fornecendo a ele uma “narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra” (Lucas 1.1b-2). Isso diante do rico privilégio de ser abençoado pelo Espírito Santo, que se utilizou dessa narrativa a que inspirou por meio desses privilegiados que vivenciaram cada um dos testemunhos ali narrados. É com essa sensação que observo, ao mergulhar no texto, o cenário desenvolvido pela narrativa. Segundo Lucas, Jesus havia debandado para os lados de Genesaré, após quase ser lançado do cimo do monte de Nazaré, sua cidade de origem. Jesus agora se encontra entre os pescadores, homens simples que, de forma árdua, tr