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Leituras para o 23º Domingo Pós-Pentecostes 2020 (Ano A) - 32ºDTC

LEITURAS DO LECIONÁRIO REFORMADO PARA O 23º DOMINGO APÓS PENTECOSTES (32º DOMINGO DO TEMPO COMUM) - ANO A - 8 de novembro DE 2020, COR LITÚRGICA: VERDE





Antigo Testamento: Josué 24.1-3a,14-25

Salmo 78.1-7 ou Amós 5.18-24 ou Salmo 70

Epístola: 1Tessalonicenses 4.13-18

Evangelho: Mateus 25.1-13


"Vou abrir minha boca em parábolas, vou expor enigmas(*) do passado." (Salmo 78.2)

(*)P
elas palavras do salmista, podemos compreender que há enigmas no passado que precisamos entender. Para isso, o povo deve estar disposto a fazer duas coisas básicas: a primeira é se comprometer a passar para as gerações vindouras aquilo que lhes foi ensinado. É importante que o ensino e a exposição de nossa experiência e conhecimento sejam sistematicamente passados para aqueles que vêm depois de nós, seja na comunidade de fé, seja na vida. A segunda coisa com a qual devemos nos comprometer é apresentarmo-nos prontos a ouvir e a aprender. É necessário que estejamos preparados, também, a pesquisar, procurar, investigar e crescer no conhecimento das coisas de Deus e da vida. Os enigmas do passado, como dito no versículo 2, são instruções que se tornam mandamentos importantes para seguirmos a vida com um roteiro para o hoje.
Nosso Senhor Jesus Cristo, no Evangelho de Mateus, fala da história das 10 virgens que saíram para se encontrarem com o noivo. Note que temos uma parábola, como fala o versículo 2 do Salmo 78, que carrega, em si, um enigma. Como caminho de desvendar a chave de leitura desse exemplo trazido por Jesus, além de buscarmos a explicação que ele sempre nos dá, fica o desafio de trazermos para nossa realidade o que ele diz. Jesus está se referindo, em uma série de parábolas, à vinda do Filho do Homem. Ele alerta que devemos estar preparados a cada dia, a cada momento. Nossa vida deve ser pautada sempre no caminho orientado pelo nosso Mestre, para que estejamos certos de que somos parte daqueles que são dignos de viverem no Reino do Todo-Amor. E quais são as orientações que Jesus nos dá? Procuremos nas Sagradas Escrituras o que ele nos diz. Essa é a disposição de buscar, pesquisar, ouvir, aprender dos enigmas do passado, das parábolas que são ditas por aqueles que nos precedem. Sem dúvida que tudo isso é confirmado nos ensinamentos de Jesus e aplicado à nossa realidade hoje.
Nestes tempos de tanta dúvida e acusação, nós entendemos, sim, que é necessário buscar ouvir as palavras de ensino, que vêm da Palavra de Deus, contida na Bíblia, e repetir aos que nos circundam, como mostram as palavras do salmista. Além disso, como vimos na parábola das virgens, precisamos buscar a compreensão das histórias que ouvimos e, sim, prepararmos essa atualização da realidade para a nossa. O que Deus está falando para mim hoje e aqui onde vivo? Repare que, naquela realidade, geográfica e temporal, apontada pela parábola, 10 virgens estão a espera de um noivo, que se casa com algumas delas (e se casaria com todas, se quisesse). Na nossa sociedade isso não é possível. Isso está fora da lei e é considerado um pecado. Essa breve constatação nos aponta que, sim, precisamos fazer essa atualização para entender o que Deus nos quer orientar com as parábolas, os enigmas, que se encontram nas suas Santas Palavras. Se assim não o fosse, não seria necessário que os pregadores e pesquisadores da Palavra usassem de uma disciplina chamada "hermenêutica", que é a arte de traduzir essa mensagem para nossos dias, depois de entender o que o texto quer dizer para sua época, seu lugar e seu autor (o que chamamos de "exegese"). Fica o desafio: ouvir a voz de Deus, mesmo com um texto escrito há milênios, com muita dedicação de pesquisa e disposição para aprender, mas, ainda mais, com a orientação do Espírito Santo. E tenho certeza de que o Consolador vai colocar em seu coração que é necessário muita dedicação para compreender para além da letra fria no papel. O salmista diz que são "enigmas" e enigmas precisam ser desvendados. "Povo meu, escuta a minha instrução, dá ouvidos às palavras da minha boca." (v.1).

Tamdiu Discendum Est, Quamdiu Vivas!


LEITURAS DEVOCIONAIS
DOMINGO (8nov)
Salmo matutino: 19; 150
Salmo vespertino: 81; 113
Antigo Testamento: Joel 1.1-13
Epístola: 1Coríntios 14.1-12
Evangelho: Mateus 20.1-16

SEGUNDA-FEIRA (9nov)
Salmo matutino: 135; 145
Salmo vespertino: 97; 112
Antigo Testamento: Joel 1.1-13
Epístola: Apocalipse 18.15-24
Evangelho: Lucas 14.12-24

TERÇA-FEIRA (10nov)
Salmo matutino: 123; 146
Salmo vespertino: 30; 86
Antigo Testamento: Joel 1.15 - 2.2(3-11)
Epístola: Apocalipse 19.1-10
Evangelho: Lucas 14.25-35

QUARTA-FEIRA (11nov)
Salmo matutino: 15; 147.1-11
Salmo vespertino: 48; 4
Antigo Testamento: Joel 2.12-19
Epístola: Apocalipse 19.11-21
Evangelho: Lucas 15.1-10

QUINTA-FEIRA (12nov)
Salmo matutino: 36; 147.12-20
Salmo vespertino: 80; 27
Antigo Testamento: Joel 2.21-27
Epístola: Tiago 1.1-15
Evangelho: Lucas 15.1-2,11-32

SEXTA-FEIRA (13nov)
Salmo matutino: 130; 148
Salmo vespertino: 32; 139
Antigo Testamento: Joel 2.28 - 3.8
Epístola: Tiago 1.16-27
Evangelho: Lucas 16.1-9

SÁBADO (14nov)
Salmo matutino: 56; 149
Salmo vespertino: 118; 111
Antigo Testamento: Joel 3.9-17
Epístola: Tiago 2.1-13
Evangelho: Lucas 16.10-17(18)


Publicado toda quinta-feira (ou perto disso) por aqui e no Twitter @revsandroxavier.


Imagem: Encontrada na internet. Sem indicação de autoria.

Comentários

  1. Reverendo, hermenêutica é diferente de "atualização". Não entendi o ponto de vista do senhor. A bíblia é suficiente para se auto explicar e nos apresentar a elucidação a tais enigmas, sempre dentro dela e nunca fora. E o que não tem explicação, não aprouve a Deus nos revelar, não concorda?

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  2. Não... eu não disse que hermenêutica é atualização, mas, sob alguma perspectiva, também poderia ser, enfim...

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A   p e s c a   m a r a v i l h o s a Pesca milagrosa Sinto-me como Teófilo, o excelentíssimo. Assim chamado pelo evangelista Lucas, companheiro de longos caminhos ao lado do apóstolo Paulo, de quem ouviu sobre Jesus e foi designado que servisse a Teófilo fornecendo a ele uma “narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra” (Lucas 1.1b-2). Isso diante do rico privilégio de ser abençoado pelo Espírito Santo, que se utilizou dessa narrativa a que inspirou por meio desses privilegiados que vivenciaram cada um dos testemunhos ali narrados. É com essa sensação que observo, ao mergulhar no texto, o cenário desenvolvido pela narrativa. Segundo Lucas, Jesus havia debandado para os lados de Genesaré, após quase ser lançado do cimo do monte de Nazaré, sua cidade de origem. Jesus agora se encontra entre os pescadores, homens simples que, de forma árdua, tr